Há mesmo uma estrada de alcatrão gasto na minha memória, que marca o fim de uma imensa planície, construída em cima do dorso de uma gigantesca duna que se prolonga a perder de vista. É um longo traço negro, no fim do mundo, que separa a terra e o mar. Dum lado ficam os mangues e as linhas de água cor de tintura, com crocodilos de barriga amarela, peixes como golfinhos e carradas de ostras. Do outro lado, o Atlântico Sul. Existe mesmo essa longa estrada de alcatrão muito gasto, de que só restam algumas placas escuras, como remendos soltos, aqui e ali, ao longo de todo aquele imenso caminho, mais a gravilha e muita areia, que cobre tudo.
Já passaram quase oito anos sobre essa estrada, que ficou dentro de páginas encardernadas com capas grossas, atadas por duas tiras de tecido cru.
Já passaram quase oito anos sobre essa estrada, que ficou dentro de páginas encardernadas com capas grossas, atadas por duas tiras de tecido cru.